quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Prosa Poética III

Olho do rei

No meu quarto há uma janela, atrás da janela há um muro. Atrás do muro há uma árvore com folhas verdes claras e escuras e outras mescladas de marrom, pontiagudas e ou envergadas.

Mais adiante há uma praça, onde mora um Rei, que empunha uma espada toda bordada com filigranas d’ouro, que traz folhas no seu escudo, mas que traz o seu corpo desnudo.

Todos que por ali passam prestam-lhe singela reverência. Com a cabeça cabisbaixa sem sequer um soslaio que desonrasse ao Soberano Monarca. Alguns dizem que ele é assustador de se olhar, que tem a face transfigurada, os olhos arrancados e duas pedras em seu lugar, outros que ele é austero e belo que seus olhos são como duas safiras, dois lagos azuis represados a face e quem os fitassem, mesmo que por um segundo, ficaria preso a eles sem nunca mais voltar. Então pelo sim ou pelo não, o melhor mesmo era não olhar.

Um dia de labor comum a semana, o sol alto a pino do dia, os meninos e meninas estão nas escolas. As meninas tecem longas tranças. Os meninos dobram por seis vezes... os seus papeis e têm seus barcos e chapéus...

Uma borboleta amarela a balouçar beija a fronte do asfalto e eu não sei, por qual motivo, há um sorriso...Nos lábios do Rei...

Andréia Reis

3 comentários:

Morbid Poet disse...

Oh doce poetiza me faz viajar sempre que leio o que escreves. Escreves como se fizestes parte de tuas histótias...magnifico.
bjs...

Morbid Poet disse...

deixei um selo pra vc pega la no meu blog oh doce rapunzel rsrsrsrs
bjs...

Morbid Poet disse...

deixei mais um selo pra vc pega la bjs